segunda-feira, dezembro 28, 2009

Amigo poético - Blog de sete

Está rolando o Amigo Poético do Blog de sete!!! Hoje começou a entrega dos presentes! E eu fui a primeira a receber o meu!!! Eeeeee!!! Ganhei da amiga Joana Masen do Milonga! Muito obrigada, Joana! E o meu foi para a amiga Iara do Mulher na Janela. Maior responsa, morri de medo!

Aí estão os poemas. O que recebi e o que entreguei. Lá no Blog de sete tem mais e terá mais durante os próximos dias!!!

De Joana para mim:

"Ela – que é duas vezes uma"

Quis entoar cantigas de roda
como presente para uma amiga
oh!-culta, que dança pela brisa leve,
e inocente feito criança
vai tecendo suas palavras breves.
Quis rabiscar versos em prosa
para que ela pudesse voar
enquanto minhas rimas pobres,
linha a linha,
trazem luz a esse versar.
Ela tenta ser dois pedaços
duas partes inteiras, sem meias palavras
pensa ser um anjo torto ou triste
pensa...
mas que nada, é uma fração imensa
dos poemas que iluminam os dias.

De mim para Iara:

tudo é poesia!
automóveis flutuando no asfalto ar
meninos buscando bolas na miragem
raios de sol fazendo curvas no meio da rua
chapéus carregando bengalas dos avôs
anúncios de sorvetes nas buzinas
formigas derretidas de tanta dedicação
portas das esquinas gerando o pão.
é tudo poesia
para os olhos atentos
da Mulher na Janela.

terça-feira, dezembro 22, 2009

Faço de tudo um pouco
e se não faço,
cansa-me o ócio

Faço de tudo um pouco
coisas da eterna mania
de pequenez

Faço de tudo um pouco
mas é tudo tão pouco, tão pouco
que nunca termina,
tampouco completa


Achei este aí nos meus guardados...

Despretensão no Blog de 7!

terça-feira, dezembro 15, 2009

passarinho

um pássaro pousou
no parapeito da janela.

fez piu-piu
fez piu-piu
e me espiou.

o passarinho
fez piu-piu
e bicou minha janela.

eu abri minha janela
e deixei pássaro entrar.

piu-piu!, ele me fez.
e voou voou voou...
flap flap flap flap
flap flap no meu quarto.

e se feriu
e me feriu
e saiu
pela janela cabisbaixo
deixando-me uma pena
e uma saudade imensa.

Hoje tem Blog de 7!

terça-feira, dezembro 01, 2009

pusilanimidade

Uma lança no estômago
um javali pendurado na orelha
uma bola de ferro em cada pé
de uma borboletinha tonta
que só tem vontade de só voar
e pousar naquela flor azul.


Tem mais no Blog de 7 Cabeças

terça-feira, novembro 17, 2009

quarta-feira, novembro 11, 2009

Enxergando no apagão*

Tudo se apagou de repente.
Vimo-nos no meio da mais completa escuridão.
Não víamos mais nada.
Tínhamos a opção da vela ou da tela do celular.
Preferimos nos ver com as mãos.


*Porque temos que ver o lado luz do escuro e saber tirar proveito do absurdo...

E no Blog de 7 na última terça-feira: meus botões

segunda-feira, novembro 02, 2009

Dois de novembro

Dois de novembro, sempre penso em ti.

Penso em nossos tempos idos,
em como eu queria que tivessem sido.

Penso em quanto me aprazia o teu gosto,
em como tinhas um risinho no rosto.

Penso em quanto eu te amava,
em como me dizias algumas palavras.

Penso em nossos planos,
em quantos foram os desenganos.

Penso nas alegrias que me davas à vida,
em quanta dor me deixaste na tua ida.

Penso bem em tudo o que me foste.
Penso em ti, mas não te levo flores.

Todo dia dois de novembro é assim,
desde que, para mim, morreste.

terça-feira, outubro 27, 2009

Promessa

- Esperar-te-ei enquanto houver cigarros!
Até o último, os acenderei! -
Foi minha promessa.

Não pude cumpri-la.

Cigarros, ainda os tenho.
Meus cinzeiros é que estão cheios.



Hoje tem Blog de 7. Acho que é despedida! :-(

terça-feira, outubro 20, 2009

Sem planos

Não vejo outra coisa, amor, do nosso futuro:
morreremos.

Tudo o que me é escuro não é futuro, amor,
é o ir vivendo.


Coisa nova também no Blog de 7.

terça-feira, outubro 13, 2009

Foi-se o tempo e eu fiquei. Para. Vazia.
Os meninos hoje só me chamam de tia.

Na crise dos 30. Completados hoje. Tem mais no Blog de 7.

sábado, outubro 10, 2009

Tempestade

Já não sentem minhas lágrimas
as terras encharcadas
onde cultivo tuas ausências.

Seguem-me sombrias nuvens
chove saudade em pancadas
setas geladas
no peito ao dorso.

Aos poucos,
nas breves estiagens,
tento despetalar-te de mim
a flor que és.

Na próxima terça-feira, novamente no B7C

quarta-feira, setembro 30, 2009

haicai

lilases das flores
atapetando passagens
chuvas de setembro


Eu semana que vem no Blog de 7 cabeças a convite da Sandra querida. Ai que medo!

domingo, setembro 20, 2009

Mundo ideal

Quero viver em um mundo em que a ordem seja a loucura.
Em que um abraço seja o bom-dia ao porteiro
e um beijo, o ingresso do cinema.
Em que sejam estranhos os que andem calçados
e punidos os que não contem estrelas
só por contar.
Em que o mais importante ofício
seja procurar semelhanças entre pipocas e nuvens.

Quero viver em um mundo em que a ordem seja a loucura.
Em que se tome sorvete de sopa de lentilhas no inverno
e que ardam fogueiras em qualquer estação.
Em que se usem binóculos para matar a saudade dos que estiverem ao lado
e pinças para colecionar as pintas e as rugas do amor.
Em que toda segunda-feira chuvosa seja o dia oficial
de se deitar de bruços no gramado e conversar com as formigas.

Quero viver em um mundo em que a ordem seja a loucura.
Em que homens virtuosos sejam os ébrios e os nus
e vivam sempre de cara limpa os imorais.
Em que sejam internados os incapazes de escutar conselhos
de espelhos e paredes.
Em que seja normal
quem acenda um poema na madrugada
para ler partículas de luz em uma face.

terça-feira, setembro 08, 2009

As galinhas vão crescendo pelos pés;
os ovos já passando de maduros.
O gigante sonolento não rasgou ainda tudo,
ao contrário, rasgou pouco.
Pouco mais do que o que, a tinta,
fora marcado no dorso.
As garras inertes da fera temem
guardar sangue.
Pretende voar, mas seu potro tem
as asas fracas e bebe leite.

quarta-feira, setembro 02, 2009

Adorno

Passou distraído, tropeçou na flor, eu vi.
A coitadinha pendeu, mas voltou,
manteve-se no seu papel de enfeitar.
Passou de novo muito, muito concentrado em si.
Pisou, quebrou, uma pétala caiu, chorou.
Corri, cuidei, ergui.
Chamaram-no meus dedos cheios de formigas.
Dei-lhe minha flor cansada, doída,
que insistia no seu papel de enfeitar.
Enfeitou-lhe o rosto, fê-lo sorrir.

sábado, agosto 29, 2009

Fonte

Palavras são poucas,
são pequenas,
não comportam tudo
o que tem dentro da gente.

Por isso minha voz se cala,
embora reclamem que eu fale,
embora reclamem se não falo.
Mas apesar da água humilde, escrevo.
E quando escrevo
uso esta fonte mesmo:
Times.
Porque Hipocrene é dos poetas,
não me meto a beber por lá.
E mesmo para os poetas,
perdoem o atrevimento,
creio finita a abundância.

Morreremos de sede, ainda,
porque, eu sei, a fonte um dia seca.
Bebamos desse raso, pois.
Times.
Porque sei que um dia isso tudo acaba,
esse tudo pouco.
Essa escassez de símbolos.


segunda-feira, agosto 24, 2009

Menina

A infância adormeceu no colo da mulher,
nos braços da menina que se deitou
no topo do morro de terra vermelha
ao lado de sua boneca preferida de roupinha rasgada.
O coraçãozinho cresceu, agora cabe tanta coisa
onde só cabia pureza, onde o palpitar acelerado
significava cansaço de brincar de pega-pega.
Agora cabe tanta coisa, tanta coisa que não é brincadeira.
Os olhinhos que brilhavam curiosos e choravam quando o corpo
doía de cair de bicicleta, brilham pouco menos e choram mais,
mas de outras dores.
O frio da maturidade chegou tão de repente pedindo uma sopa.
Há pedacinhos de infância escondidos na sopa, ela descobre.
E de vez em quando, cuidando de não estragar o batom,
ainda tira da língua algum fiapo das pelúcias dos ursinhos.
E de vez em quando, sozinha e descalça,
percebe-se fazendo trancinhas no cabelo da boneca.

quinta-feira, agosto 20, 2009

Presente

Fui ter com o futuro debaixo de uma lona.
Enquanto uma boca vermelha e uns dentes
dourados proferiam previsões que eu não ouvia,
sentia um cheiro de chocolate,
um cacau de ar, despertador desta saudade.
Saí derrubando cadeira numa pressa.
Caloteei o que não viria.
Um caminho muito conhecido passa
por mim rapidinho de trás para frente.
Continuo correndo, o peito chiando vontades,
tentando alcançar meu hoje, embora eu saiba
que já fizeste as malas.

domingo, agosto 16, 2009

bravo medo

Disparate de miedo - Francisco de Goya

Eu me rio de quem reza
desses que não agem
porque têm, da morte, esse pavor

Ora, deixem de bobagem,
ora, façam-me o favor!
Não sabem que é temer!

Medo que se preza
não é o da passagem
que não tem muito valor

Medo de coragem
é o tal medo do amor
é este medo de viver


quarta-feira, agosto 12, 2009

A gripe A

Dá tanto murro
no peito o nariz apontado
pro alto o homem cheio
de orgulho de si
de ser superior

Nesta hora anda pequeno
olhando pro chão da sala
de estar sozinho esmurra a ponta
da faca cobre o nariz
com paninho pra não tropeçar
no invisível temendo cair
derrubado por um vírus.

quarta-feira, julho 29, 2009

Toada do desenlace

aqueles acordes
que não executei
acompanhavam meu réquiem

cada nota soada
era uma lágrima
dos que eu amava

as mãos cruzadas
sobre o ventre delatavam
o enjôo que escondia

e a cada nota que os molhava
e a cada lágrima que ouviam
os meus dedos se mexiam

Desculpe, esqueci que enjoo já não leva chapéu. Mas agora que lembrei, não quero tirar. Esse aí prefere ficar assim.

sábado, julho 25, 2009

Mergulho

Finquei-me no escafandro roto
de quereres impossíveis
com a saudade do que não tinha sido.

Fiquei em mim por dois minutos.
Dois minutos.
Os goles de cerveja
já não preenchem todos os vazios.
São muitos.
Queria ficar mais, mas não podia.

Findei mais dois goles.
Embebi-me de vazios.
Em apnéia, dois minutos.
Podia ficar mais, mas morreria.

quinta-feira, julho 23, 2009

Ciuminho

Sutil, mas lá.
Um alfinete em sua voz
ao falar com propriedade
sobre aquele que era dela.

segunda-feira, julho 13, 2009

Simbiose

mulos mijam nos muros
pra regar as trepadeiras

trepadeiras trepam faceiras
pra satisfazer os mulos


No dia do rock. Não tem nada a ver, mas e daí?

segunda-feira, julho 06, 2009

Uma visão

Vi um homem cantar os lindos.
Vi um homem beber os fortes.
Vi um homem comer os bons.
Vi um homem comer e cantar
e beber e sustentar os fracos,
abraçar os maus, admirar os feios.
Vi um homem plantar lírios e colher
girassóis e ofertá-los.
Vi um homem lavar bem os olhos
e olhar os outros,
preparar bem a boca
e beijar as outras.
Vi um homem amar mais do que tudo
o amor que não tinha nos homens.
Vi um homem.

terça-feira, junho 23, 2009

Loquacidade

Invento palavras nas lacunas das conversas.
Abismo meus mistérios.
Compreendam meus silêncios.

sábado, junho 13, 2009

Para dentro

Orelhas escutem as funções renais
Olfatos inebriem-se com os perfumes intestinais
Olhares mirem-se remando por nervos ópticos
Lábios mordisquem os vasinhos e sujem-se dos eritrócitos
Línguas lambam os esôfagos
Bocas extasiem-se com os sabores dos estômagos
Unhas arranhem os neurônios
Dedos desprendam-se pelos axônios
Gargantas engulam os sais hepáticos
Membros alcancem o pulsar dos residentes músculos torácicos

Corpos dissolvam-se em suor e tornem-se massa una
e gozem sincronizados as emoções dos órgãos vários.
Avante amantes, tanto mais para dentro quanto mais se forem necessários!


Por ontem, aos namorados. E aos não. Para amar melhor apenas.

segunda-feira, junho 08, 2009

Visita a Itabira

Memorial Carlos Drummond de Andrade - Itabira-MG.

Aqui a gente anda como absorvesse
as partículas das palavras.
Aquelas mesmas por que
se encantou o poeta menino.
Organizando-se em mesmas e outras.
Há delas nos ares, nas arquiteturas,
nas simplicidades, nas simpatias.
Até no latido doente do cachorrinho.
Até nos morros cavoucados e nos vales
e nas portas fechadas
guardando cinzas de histórias.
Há delas, principalmente e bastantes,
nos molhadinhos de chuva fininha
nos Carlos emplacados espalhados
vivendo em cada canto da cidade.
Aqui a gente anda absorvendo.
Partículas que se amotinam
tum tum tum Tumbaitá
o toque no coração
na hora em que partirá este trem
trenzinho menor do mundo.


quinta-feira, maio 28, 2009

Altruegoísmo

Se te agradar, não me agradeças,
pois que me agrado mais do que a ti
quando sinto que te deixo
bem. Tudo o que faço por ti é,
antes, por mim.
A mão, dou-te espontânea
para colher força e suor da tua.
O bombom que te ofereço adoça-me
os segundos de vida em que o degustas.
Se te empresto meu único casaco, é porque
protejo-me de um frio quando o vestes.
Minhas palavras boas, que gostas
de ouvir, saem-me da boca apenas porque
sabem, a mim, arrancar-te um sorriso.
É o meu descanso que me trazes
quando é tarde e vejo teus olhos
úmidos dormidos sob afagos
no meu colo.
Vê: é o meu prazer que vem
primeiro. Não te iludas, pois.
Não!, não me agradeças.
Gratidão, sou eu, meu bem,
a ti, quem deve.

terça-feira, maio 19, 2009

Quando

Quando a cigana chamar
Vou pagar pro futuro ela ler

Quando o capoeira jogar
Vou gingar pro meu corpo benzer

Quando o cura chegar
Vou dobrar pra minha alma valer

Quando mãe santa entoar
Vou ofertar pra Oxalá proteger

Quando aprender a rezar
Vou rogar para deus responder

Ah! mas quando o tempo chamar...
Oh! quando minha hora chegar...
Quem será vai me ler?
Quem por mim vai rezar?
Oxalá alguém me venha benzer!
Que o futuro vai parar de jogar
As respostas não vão me curar
Nem a mãe vai me proteger
A alma não vai mais gingar
O corpo não vai mais valer

sexta-feira, maio 15, 2009

Para quem é inútil a poesia
deve ser igualmente inútil a vida.
Porque, qual sentido de uma
senão com a outra?
Por que despertar-se ao amanhecer
se os braços de sol não abraçam?
Se não for por campos salpicados de flores
não tem por que segurar a enxada
na lida diária.
Sem amar as estrelas
tanto as grandes quanto
as menos brilhantes
e beijá-las todas na tez
da noite ou durante o dia
não há graça em ver o céu
não há razão de tê-lo sobre.

Assim deve ser a vida
assim como é a poesia.

Pisar a terra, sentar na relva
ser ouvidos atentos
aos dizeres de alma
dos pássaros
das plantas e das pedras.
Viver direito
adequadamente ao que
para o que viver foi feito
é mergulhar profundo
saudando tubarões e anêmonas
e cavalos e ostras e tudo
o mais que houver no mar.

Quem maldiz a poesia
qual tensa mosca pálida
se mantém na superfície.

domingo, maio 10, 2009

de ser

Dói tanto pensar
que queria ser doente da mente
ou ter nascido bicho de comer capim

Dói tanto amar
que queria ter pedra no peito
ou, pelo menos, ter plenitude em mim

Dói tanto o pensamento amoroso
Dói tanto o amor pensativo
que sentir já não tem sentido
que já não tem razão a razão

Dói tanto tanto esta dor de ser
que até seria bom dissolver
que até me faz um pouco feliz
saber que esta vida tem fim

quinta-feira, abril 30, 2009

Aniversário de um silêncio II

Sal de queijo não comido
aroma de vinho não bebido
alegria não vivida de noite
entalhados na memória de sabores

Hoje celebro.
Não os tempos de silêncio,
mas as vozes da herança que me gritam


Há dois anos, papai não fala mais comigo...

terça-feira, abril 21, 2009

Um presente pra mim

"Tão durinha e delicada
que seria impossível
não perceber a nuance de bailarina.
Dos teus movimentos exala
um bocado de alegria
e muito, muito cheiro de rosa.
Toma em tuas mãos
esse livrinho cinza que
era minha vida
e deixa eu comemorar,
brindando com o
sangue que escorre
das tuas costas,
o cheiro de rosa
que agora suavemente
persegue-me até em casa."

Ganhei este poema do meu querido amigo Beto. Eu não mereço, mas ele escreveu pra mim e me deu. O Beto é um dos melhores cariocas! Uma pessoa especial e linda! Uma pessoa que amo! Ele é poeta e nem sabe.

domingo, abril 05, 2009

Coisa esquisita

Aos que amo. A todos.

Louvando a flor - Foto de Elaine Lemos


Tenho aqui uma coisa imensa comigo.
Mais que imensa, é infinita!

Não sei se é doença
sim ou não, é de nascença

Fica andando aqui por dentro
quiçá, de pernas, tem centenas
deixando a barriga estranha,
fazendo se rirem as entranhas

Por causa desta coisa,
meu coração se esquenta
o peito quase arrebenta
sempre que penso flores,
cheiro abelhas, vejo
brisas, sinto as gentes...

Não sei bem que coisa é esta
é coisa que não se explica
deve ser o tal do amor
porquanto é coisa esquisita

terça-feira, março 31, 2009

Previsão do tempo

Se hoje é frio e chove
gotas-pedras
amanhã, sublimação
e verão
sublime
céu de estrelas

domingo, março 22, 2009

Constante

Não sei do amor novo
Não sei do amor de novo
Não sei do amor mais de uma vez

Porque talvez seja, o amor, de sempre
Aparente, quando se ama
Quando se não, latente

quinta-feira, março 12, 2009

Cronos está no nosso encalço.
Garfo e faca nas mãos, quer nos comer.
Vamos fugir mais devagar!

sexta-feira, março 06, 2009

domingo, março 01, 2009

Poema do cão

Ao amigo poeta Cássio Amaral

Noites cheias, algo chupa
a lua e cospe
a espada santa

Uiva! Uiva! Uiva,
cão danado!, cão
irado!, cão azul!

Blue, deep blue, deep blue inside
Like all the dogs are


Aplica um blues
na veia d’alma
em estado de espírito
empírico, elíptico, etílico

uivando letras
enfáticas
gritando pedras
fáticas
jorrando pérolas
– “asas distraídas” –
pelos ares
seculares

virando estrelas
virando estrelas
virando estrelas