quinta-feira, maio 28, 2009

Altruegoísmo

Se te agradar, não me agradeças,
pois que me agrado mais do que a ti
quando sinto que te deixo
bem. Tudo o que faço por ti é,
antes, por mim.
A mão, dou-te espontânea
para colher força e suor da tua.
O bombom que te ofereço adoça-me
os segundos de vida em que o degustas.
Se te empresto meu único casaco, é porque
protejo-me de um frio quando o vestes.
Minhas palavras boas, que gostas
de ouvir, saem-me da boca apenas porque
sabem, a mim, arrancar-te um sorriso.
É o meu descanso que me trazes
quando é tarde e vejo teus olhos
úmidos dormidos sob afagos
no meu colo.
Vê: é o meu prazer que vem
primeiro. Não te iludas, pois.
Não!, não me agradeças.
Gratidão, sou eu, meu bem,
a ti, quem deve.

2 comentários:

Poeta Matemático disse...

Nossa...

Adorei, bem...

Lógico, muito bom

José Rosa (ZeRo S/A) disse...

Suavemente romântico...delicado.