Palavras são poucas,
são pequenas,
não comportam tudo
o que tem dentro da gente.
Por isso minha voz se cala,
embora reclamem que eu fale,
embora reclamem se não falo.
Mas apesar da água humilde, escrevo.
E quando escrevo
uso esta fonte mesmo:
Times.
Porque Hipocrene é dos poetas,
não me meto a beber por lá.
E mesmo para os poetas,
perdoem o atrevimento,
creio finita a abundância.
Morreremos de sede, ainda,
porque, eu sei, a fonte um dia seca.
Bebamos desse raso, pois.
Times.
Porque sei que um dia isso tudo acaba,
esse tudo pouco.
Essa escassez de símbolos.
sábado, agosto 29, 2009
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4 comentários:
finitude.
palavras são poucas mesmo.
olha isso, do ariano suassuna:
"Eu precisaria de alguém
que me ouvisse. Mas que
me ouvisse sentindo cada
palavra como um tiro ou
uma facada. Cada palavra
e seu significado
sangrento".
beijo!
N sei pq, mas esse poema fez-me recordar Baudelaire.
Gostei da força, nele intrínseca, apesar de velada.
É isso aí.
Bjs
As palavras são poucas, porém infinitas. Talvez a fonte seque, não sei, mas enquanto isso, bebamos dessa água pura que nasce em seus poemas.
Espero que sua fonte não seque, pois gostei de sorver dessa água cristalina e inspiradora. Parabéns!
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