quarta-feira, julho 12, 2006

Por-que ficou

Já não me pergunto mais:
Por que nosso carro
viajando pela rua
não ultrapassa a lua?

Nem questiono:
Como pode o bom velhinho
visitar toda criançada
em única madrugada?

(Já não acho o mundo assim tão grande...)

Mas, felizmente, ainda guardo
fiapos das pelúcias dos ursinhos
grudados no céu da boca...

E as interrogações?
Há estas tantas que
permaneceram,
madureceram
dentro de mim criança
pedindo arrego,
rogando ao deus da dúvida,
de duvidosa existência,
que me conceda exclamações!

5 comentários:

Remo Saraiva disse...

A poesia é o lugar do não clichê, do esquisito tornado comum, mas não tão comum assim, se é que você me entende, da novidade em estado de novidadice primeira de segredo ao pé do ouvido. E por que eu digo isso? Respondo: por causa disso aqui abaixo recortado

"Mas, felizmente, ainda guardo
fiapos das pelúcias dos ursinhos
grudados no céu da boca..."

Ótimo trabalho, poeta!!

Prossiga e ouse mais sempre!


Beijos do amigo de versos,

REMO.

Leandro Jardim disse...

Amém!
Muito lindo!
Muito hoje...


muitos beijos
do Jardim

mg6es disse...

!!!!!!, sempre, aqui.

:*

A czarina das quinquilharias disse...

com as exclamações ele é muito economico, sabê-mo-lo todos...:)
abraço!

Anônimo disse...

Elaine

Sempre bela a sua poesia, nos dando a oportunidade de pensar!

Pensar que a vida, muitas vezes truncada por virgulas e reticências, nos mostra inúmeras interrogações que certamente vão nos levar a muitas exclamações. Melhor assim pois uma vida sem pontuação, poderia ter qualquer entonação!

Bj

Marcelo