Vi um homem cantar os lindos.
Vi um homem beber os fortes.
Vi um homem comer os bons.
Vi um homem comer e cantar
e beber e sustentar os fracos,
abraçar os maus, admirar os feios.
Vi um homem plantar lírios e colher
girassóis e ofertá-los.
Vi um homem lavar bem os olhos
e olhar os outros,
preparar bem a boca
e beijar as outras.
Vi um homem amar mais do que tudo
o amor que não tinha nos homens.
Vi um homem.
segunda-feira, julho 06, 2009
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6 comentários:
Muito bom, Elaine.
Ao ler este post, lembrei Manuel Bandeira esse seu poema:
“Vi ontem um bicho. ... Não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem”. Pois ele era um homem".
Sendo ou n referencia p o seu poema, a verdade eh q o seu tb ficou bem forte.
É isso aí.
Bjs e otimo fds.
Oi Elcio! Não, o poema do Bandeira não foi referência para o meu. Vou procurá-lo, não o conheço. Conheço pouco, aliás. Leio pouco, muito pouco. Um erro.
Minhas referências são as coisas que se pintam aqui dentro.
Obrigada pela visita!
Amo. E beijo.
Li "O bicho" do Manuel Bandeira. Pretensiosa, pensei que encontraria um poema com o qual o meu fosse bem parecido... Para mim, se há alguma semelhança, está no fato de que "O bicho" e "Uma visão" dizem que um homem foi visto. Mas são homens bem diferentes, achei. Os motes são totalmente distintos. Me lembrou mais o homem que descrevi em um texto que fiz há uns quinze anos, "O homem-cão".
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O Bicho - Manuel Bandeira
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
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Amo. E beijo.
Lirismo...
Olha, moça... Arrebentô!!!
Belo escrito, qrida!
=*
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