domingo, dezembro 24, 2006
Na mudança de ano...
Escolhi a palavra, porque algumas mudanças fizeram positivo o resultado do balanço do meu 2006:
- Assumi que eu como gente (e que como gente eu quero ser);
- Alguns amados ouviram do meu amor;
- Dei mais risadas, muitas vezes de mim mesma;
- Abracei amigos virtuais materializados;
- Fiz coisas que não devia;
- Brindei.
Próximo ano, quero fazer maior esta lista. Reforçando estas linhas. Claro, sob sua influência.
Para você, um 2007 de mudanças! Permita-se mudar. Entenda sua capacidade de mudar o outro.
Abraços de amor,
Elaine
Da filosofia de Heráclito: tudo segue a lei da constância da mudança. "Tudo flui, nada persiste, nem permanece o mesmo".
Da gravitação einsteniana: coisa muda espaço-tempo que diz a outra coisa como seguir.
Da música de Raulzito: melhor de tudo é ser a própria metamorfose.
segunda-feira, dezembro 18, 2006
sábado, dezembro 09, 2006
Limbo
lamber o gargalo
lambuzo lábios,
legitimo elos,
ligas de amor
e os engulo, amor e eles.
Reflito no espelho real
o futuro delito
e pisando o pedal do meu freio
levanto-me e sigo
para longe deste lugar
para lá, o lugar onde estou.
quarta-feira, dezembro 06, 2006
Poesiaça
entorpeça-me coa plenitude deste momento
[despretensioso e etéreo
Etílico
que prova, mais a mais, de modo empírico
que o rebento
em grupo é aéreo e lírico
traga o copo, traga a realidade
sua fuga
transubstancie ternura etílica, diga!
traguemos deste ar, deste espírito
delírios, ilusões, doideiras híbridas
tracemos nesse mapa o nosso vôo
incrivelmente lúcidos e lúdicos.
Vertamos as lágrimas
de alegria
que lavam a cidade da mundície
E essa dormência, poeta das bandejas
é o que em nós se almeja.
Dos 9 embriagados. Do inesquecível encontro do dia 26/11. Se não me engano só tem um verso meu aí...
domingo, dezembro 03, 2006
Da mecânica quântica
quarta-feira, novembro 29, 2006
A chuva cessou
No peito alegre da menina
Triste
Mas as poças ficaram
Nas moças coisas ficam
Espelhando o novo céu que se abre
Espalhadas pelo chão, nesgas e nuvens
Que refletem mais que meu rosto
Desgosto, dizem, infiéis tormentas
Lamentos pelo caos que a tempestade
Deixou
Tantas rachaduras no asfalto
Tantas poças inspiradas pela chuva
Que o mundo escorrem
E escorrem...
Por dedos descuidados
Por vidas que se correm
Nos tempos que nos morrem
Pra chovermos noutras bandas
Umidade do mundo, por onde andas?
Eu diria 18 mãos. Ou mais... Sem contar os copos...
Os autores são aqueles indicados no post anterior.
segunda-feira, novembro 27, 2006
Sorte de nozes
Da sorte de todos os dias: Só poeta o que pode exprimir!
Em homenagem ao 1º encontro dos blogueiros poetas: Czarina, Fejones, Jardim, Keila, Lasak, Marla "Vlap", Octávio, Tahkren, Sandra. Ah! Eu também estava lá!
E esse encontro ainda vai render muitos posts... E muitos outros encontros...
sábado, novembro 18, 2006
O físico que andou de bicicleta
o físico dizia anti-físico
andar em duas rodas
Tendo física aprendido,
o físico afirma
que é pouco desafio
E reconhece as causas físicas
das coisas esquisitas
(isso porque analisa tudo
sentindo no rosto a brisa)
Agora, o que faz bem
para o físico do físico
também faz bem para o físico
que faz bem em fazer o que não fazia
domingo, outubro 22, 2006
Domingo à tarde
melancolia da tarde
sobre os ombros de Maria...
O amorado firmamento
afirmando o início do final
do final de semana
Donde emana o crepúsculo,
prenúncio de uma segunda
sem escrúpulo,
sexta-feira, outubro 13, 2006
Vai, idade!
Apesar da vaidade
O rosto murcha
O gosto muda
O peito cai
A idade vai
segunda-feira, outubro 02, 2006
quinta-feira, setembro 14, 2006
Descoberta (numa noite em Sampa)
de praia não!
(E a do amor de Deus, então?
Pelo amor de Deus!)
Compõe
poesia
recita
harmoniza
(en)canta
com sabor de salsa
e outros temperos
Latinos
(menos bundaleles)
E num quase-fechando
de cerveja
os olhinhos esverdeados
por trás das lentes,
exalta a breguice
que “não tem jeito”
do sentimento mais puro!
Assim, então,
foi que percebi
um Jardim Pessoa,
antes apenas na ponta de lá
desses quilômetros
de sinais elétricos,
simpático
ainda que famoso,
feito de carne e
osso e
coração!
quarta-feira, agosto 30, 2006
domingo, agosto 20, 2006
Somente
Estas invenções pobres
Sem qualquer patente
Que ninguém compra
E nada mais.
(Só isso, assim...)
Desta confusa mente
Que sonha em ser louca
E nada mais.
(Só mente...)
Pois que a loucura,
Essa doce estranha,
Deve ser da genialidade
domingo, agosto 06, 2006
O derradeiro
A dor aumentava e aumentava exponencialmente com o passar do tempo e então resolvi seguir o conselho do meu dentista. Mas não fui visitá-lo. Tentei eu mesma fazer o serviço com a ajuda de um amigo do dentista, que por coincidência também estava com dor de dente do siso. Abri a boca para o espelho para me despedir. E apontei: é aquele ali. O amigo do dentista laçou o dente supostamente culpado com um pedaço comprido de fio dental. E, é claro, para retribuir o favor, também lacei o siso dele. E então, segurando as duas pontas do fio sabor hortelã que roçavam meu queixo, puxei. Senti uma outra dorzinha muito boa. Puxei e puxei e puxei. Tchuc! Consegui! Nem saiu muito sangue, mas fiquei um pouco triste porque meu último siso tinha ido embora... E foi-se pelo ralo... E a história se repetiu para o amigo do dentista ao mesmo tempo.
Naquele dia não senti mais dor, só aquela tristeza do vazio que ficara no fundo da minha boca. E um nó na garganta. Mas a partir do dia seguinte a dor voltou. E agora está tão intensa que não sei o que fazer, porque nem tenho outro siso para arrancar. Se bem que andei sentindo uma coisa esquisita na gengiva. Acho que está nascendo outro.
segunda-feira, julho 31, 2006
quinta-feira, julho 27, 2006
Planta do pé
bem às vezes,
dá fruto
aqui neste pé
da planta que arde.
Mas sempre tem bicho...
Fora o quebra-quebra
quebra-galho.
Aí vem a foice.
É poda!
É que fizeram o favor
de me plantar o pé
quinta-feira, julho 20, 2006
Filiação
reféns
da Mãe Terra e
do Pai Chão
Um dia ele nos mata
No outro ela nos come
É um come chão...
É um terra moto...
terça-feira, julho 18, 2006
Self-service
Em versos
É o inverso
De ser servo,
Sente o verbo
E sem vergonha
Sinta
Sorva
Sirva-se!
domingo, julho 16, 2006
sexta-feira, julho 14, 2006
(In)Sônia III
Nix e Hipnos - "Night and Sleep" - Evelyn de Morgan
E vêm novamente
As vozes vilãs
Ecoar no quarto
Da mente de Sônia:
Senhora ora ora!
Já são duas horas oras oras!
Assustada, com a
Pulsação acelerada,
Sônia se esforça
Em salvar seu sono
Sem sucesso
Porque as forças repulsivas
São mais fortes que
A vontade de dormir
E os cílios de cima
Tentam alcançar as sobrancelhas
E Sônia reflete,
Iluminada pela luz noturna
Entrando pela
Frestinha da janela:
A culpa é sua!
São seus amiguinhos
Bichinhos saltitantes malvados
Que carregam este fardo
Seguindo sempre morrendo de rir
E o colchão deformado
E o lençol amassado
E o travesseiro ensebado
De idéias conduzidas
Pelo suor da testa
Já não agüentam mais
Mas a agonia termina
Quando começa o dia
Com o despertador e os raios de sol
Fazendo, gentilmente, Sônia
Sorrir de satisfação
quarta-feira, julho 12, 2006
Por-que ficou
Por que nosso carro
viajando pela rua
não ultrapassa a lua?
Nem questiono:
Como pode o bom velhinho
visitar toda criançada
em única madrugada?
(Já não acho o mundo assim tão grande...)
Mas, felizmente, ainda guardo
fiapos das pelúcias dos ursinhos
grudados no céu da boca...
E as interrogações?
Há estas tantas que
permaneceram,
madureceram
dentro de mim criança
pedindo arrego,
rogando ao deus da dúvida,
de duvidosa existência,
sábado, julho 01, 2006
quarta-feira, junho 28, 2006
Tudo vejo
pra mim!
Vê que estes meus
olhos de peixe
mortos
vêem mais do que
apresentam
poder
ver
haja vista que
são bem grandes
e sem defeitos!
Haja vista
para tanto ver!
Enxergo teus exageros,
teus desesperos e
todos teus segredos
Assisto atentamente
tua movimentação!
Nem penses em disfarçar,
que te observo!
Nem tentes me enganar,
que te percebo!
Não, não te escondas,
quinta-feira, junho 15, 2006
Sono
Luzes apagadas, olhos fechados,
Corpos esticados, mentes descansadas,
Corações lentos, almas distraídas...
Assim não se pode
Agir,
Amar
Depois, o amanhecer
Leva o mundo às ruas
Com suas bengalas cegas
A golpear os meios-fios,
Os sapatos alheios e
Os lentos corações...
Mas deve haver um lado de lá do mundo
Em que os habitantes estão despertos
E espertos se percebem e
Se permitem acelerar os corações a
Tantas batidas quantas possíveis
Por minuto de vida
domingo, junho 11, 2006
quarta-feira, junho 07, 2006
Química
Havia química
E a física confundiu
As forças de sua natureza
A gravitacional lutou na separação dos corpos - antes unidos
Foram as cargas opostas traídas pela eletromagnética - antes fiel
E a fraca e a forte inverteram seus papéis - antes vividos
Lá, bem dentro dos núcleos
Porque as duras leis do universo - proibitivas
Trouxeram às partes o desafio:
Não...
...Gerar correntes contínuas...
... Produzir um trem de pulsos...
... Excitar estados quânticos...
... Entrar em ressonância...
... Viajar tal qual um fóton...
...Não
Assim, à razão foi dada razão
E restou o calor se dissipando
Reduzindo a energia cinética dos átomos do desejo
Para trazer um pouco de física para a poesia, já que há poesia na física. Por que não?
domingo, junho 04, 2006
Um post para agradecer
"Fui lá de novo.
Que belo ovo
Você botou dessa vez.
Nem sei como fez.
Mas posso dizer tranquilo,
Nunca ví aquilo
Até quando irá me surpreender?
Até das palavras eu me perder?
Rabisque suas qualidades,
Escreva as novidades.
Me conte dos dias
E das alergias.
Me mostre como se mostra,
Me faça perder a aposta..."
Um toque no coração de cada um!
terça-feira, maio 30, 2006
Toque
Entre
Toques
Hum...
Toque
Um toque
Na toca
Toca tudo
Nada
Pro fundo
Mergulho
Profundo...
Toquem valsas!
Cantem hinos!
Com toda força, toque!
Ah...
Toque
Hum...
Toque
Tudo...
Toque
Profundo...
No meu coração!
domingo, maio 28, 2006
sábado, maio 20, 2006
Que não mudou
Nascer aos dezessete
Sonhei
Com o corpo machucado
Falhei
Na libertação do monstro
Parei
Para beber o vômito
quarta-feira, maio 03, 2006
Dê pressão
Com a mão
Empurre lá pro chão
Curve os ombros
Fique mudo
Esprema mais que tudo
Molhe o rosto
Encolha o corpo
Seja o próprio dorso
Faça força
Force o fato
Jogue lá no mato
Meta-se na fossa
Nade até o fundo
Afunde nesse mundo
...
Dê de ombros
Molhe o dorso
Jogue tudo
quarta-feira, abril 26, 2006
(In)Sônia II
Ah, Sônia!
Novamente perturbada
Pelas vozes
Da madrugada
De dentro da
Alma aflita
Flutua sobre a mole
Espuma sob o
Tecido e o comando
Dos milhares de
Saltitantes bichinhos
E as vozes silenciosas
Em coro
Ancoram a ordenação:
Não durma senhora,
Que não é hora!
Submissa, Sônia
Sacrifica seu sono
Saboreando o sofrimento
O corpo se cansa
Com a involuntária
Dança pela
Ária dos carneirinhos
promovida
E os pensamentos,
Desatinos da mente,
Atormentam em
Tormentas
Arrastando areia
Para os olhos
Das rivais pálpebras
Mas afinal,
Sônia desperta da
Escuridão em claro
Pela claridade heróica
Que invade o quarto
domingo, abril 23, 2006
Enfermidade Viciada
Suspiro. Sussurro. Calor.
Um toque. O vírus. Pavor.
Saliva. Delícia. Olor.
Cresta a pele. Alastra. Arrasa.
Invade. Consome. Possui.
Eternidade. Momento. Minuto pequeno.
Sensação. Sentidos. Sem sentido.
Ironia. Riso. Nostalgia. Choro. Harmonia.
Ansiedade. Ânsia. Agonia.
Encontro. Tremor. Taquicardia.
Escutar. Mais. Vezes. Emoção.
Contar. Mais. Menos. Fração.
Calar. Colar. Selar. Tecer.
Receber. Doar. Doer. Fenecer.
Respire fundo. Aspire. Ardam as narinas!
Injete. Ejete. Se encolham as barrigas!
Lá se vão os laços... Lá se via!
Febre. Suor. Delírio.
No leito. Um jeito. O fim.
Este texto foi escrito há uns 4 anos. Foi o máximo que já consegui sobre o tema.
domingo, abril 16, 2006
Busca
Fazer poesia
Desfaço-me e(m) nada...
Onde estais, palavras?
Tanto tento e nenhuma lavra...
Não há milagrosas lágrimas
Nem escassos sorrisos
Ou ausentes abraços
(Pégasus de asas quebradas!
Tenho sede...)
Não há infâncias perdidas
Nem países em guerra
Ou alguma injustiça na Terra
Lavro...
Onde estais, palavras?
Nenhuma lavra...
Cuidarei então do enfermo alado
E beberei em Hipocrene
Buscando encontrá-las
domingo, abril 02, 2006
Poeta em fases
Quando não há idéia
Nova
Sem luz
Sem tema
Sem graça
E chora
Como adolescente
Crescente
Brincando
Vivendo
Aprendendo
E explode
Nadando na fonte
Cheia
De cores
De flores
De amores
E cai
Num estado
Minguante
Profundo
Vazio
Com todas as dores do mundo,
terça-feira, março 28, 2006
Eu como gente
Crua mesmo
Verdade
Crua e nua
Que arrota
Que transpira
Que escarra
Que expele
Pele e carne
Chupo o osso
Duro
Osso de roer
Que esvazia
Eu me esbaldo
Que alivia
E faço um caldo
Eu bebo e como
E como
A essência e tudo
Essencial
E saboreio as entranhas
Estranhas?
Tudo que há de bom!
E vivo...
Eu como
Gente
Como sim
Como assim
Como.
Assim.
sábado, março 18, 2006
Como as sombras são
A reflexão de uma sombra - por Ellemos
O problema não consiste apenas em sabermos que estamos sempre sendo seguidos. O pior de tudo é que, às vezes, as sombras querem nos atrapalhar. Às vezes tentam nos confundir. Traiçoeiras como as sombras são. Traiçoeiras sim, porque elas são porque somos. Dependem de nós. Até na forma. E sabem disso.
De qualquer maneira, parece melhor tentar não temê-las, mas quem sabe, ignorá-las. Aprender a conviver. Porque este não é o tipo de coisa que depende do nosso querer e do nosso lutar. Elas estão aqui. E ponto.
Dependem de nós. São escuras, achatadas, estão sempre por baixo. Saem de nossos calcanhares. Não, não devemos temê-las. Definitivamente. Tenhamos compaixão.
Pensando bem, há um jeito de eliminá-las. As sombras se vão quando está escuro. Sim, as sombras são porque temos luz.
Não olhe agora. Você não está só. E nem adianta correr. Sua sombra seguirá você. Se houver luz no seu caminho.
terça-feira, março 07, 2006
quarta-feira, março 01, 2006
Bananas como fim
Há dias minha coluna está me matando. Minha preguiça gostou da brincadeira e resolveu ajudar. Todos os dias deixava para o dia seguinte a idéia dos exercícios físicos. Era exatamente isso: adiava a idéia.
quinta-feira, fevereiro 09, 2006
(In)Sônia
Vozes silenciosas
Em uníssono
Perturbam o sono de Sônia:
Acorde, senhora,
Que já é hora
De não dormir!
Há essa força
Repulsiva entre as pálpebras
Que não as deixam se unir
Sílabas dos pensamentos
Sambam na mente
Dessincronizadamente
E as pupilas
Dilatam-se para a pouca luz
Refletida do teto
Sete mil setecentos e cinqüenta e seis
Carneirinhos malvados
Acham tudo engraçado
E saltam se rindo
Da situação de Sônia
E no seu eterno cinismo
Continuam os bichinhos
Cantando um refrão:
“Vire-se, revire-se...”
E Sônia obedece
Entre o colchão e o lençol amassado
Durante toda a madrugada
Mas o amigo Despertador
Traz a Sônia a salvação:
São seis da manhã, senhora!
Já é hora de acordar!
Este poema foi idealizado e escrito em parte em algum momento da última madrugada.