Vozes silenciosas
Em uníssono
Perturbam o sono de Sônia:
Acorde, senhora,
Que já é hora
De não dormir!
Há essa força
Repulsiva entre as pálpebras
Que não as deixam se unir
Sílabas dos pensamentos
Sambam na mente
Dessincronizadamente
E as pupilas
Dilatam-se para a pouca luz
Refletida do teto
Sete mil setecentos e cinqüenta e seis
Carneirinhos malvados
Acham tudo engraçado
E saltam se rindo
Da situação de Sônia
E no seu eterno cinismo
Continuam os bichinhos
Cantando um refrão:
“Vire-se, revire-se...”
E Sônia obedece
Entre o colchão e o lençol amassado
Durante toda a madrugada
Mas o amigo Despertador
Traz a Sônia a salvação:
São seis da manhã, senhora!
Já é hora de acordar!
Este poema foi idealizado e escrito em parte em algum momento da última madrugada.
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